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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Ser belo e eternamente jovem: um massacre medieval ou uma volta aos ideais helênicos?





Desde o período clássico da civilização grega, a ideia de ser belo foi difundida e arraigada como método de padronizar a beleza externa associando-se então a beleza ao idealismo, a perfeição e a harmonia das formas. Visto que o belo não é uma característica da sociedade moderna, tais protótipos fazem parte da essência humana. Quantas vezes por dia pensamos em algo relacionado à aparência? Quantas vezes por dia o país é bombardeados com métodos intervencionistas às imagens corporais? Essa constante busca para atender às expectativas externas, interferem indubitavelmente no âmbito mundial.

A imagem acima retrata uma manifestação feita por mulheres misses plus size em frente ao Congresso Nacional em Brasília, Distrito Federal, vítimas de preconceito. Preconceito esse, intitulado pelas mesmas de “gordofobia”. São elas: Camila Bueno de 19 anos, Flávia Gomes de 29 e Evelize Nascimento de 25. Um projeto idealizado por Janaína Graciele (à direta da imagem), com objetivos de melhorar a autoestima de mulheres que estão acima do peso.

Pessoas independente de gêneros sexuais, buscam assiduamente técnicas de intervenções cirúrgicas, para adequarem-se em algum padrão social. Com corpos esculpidos por bisturis, tornam-se reféns de uma indústria que alimenta bilhões. Visto que a sociedade criou e legitimou tais padrões, a beleza tornou-se pré-requisito para a socialização. Nessa dura opressão, mulheres de diversos países do mundo desconstroem um método de vida própria de sua personalidade para se adequarem aos estereótipos, recorrendo à desconfortáveis e dolorosas situações em clínicas estéticas.  Quando nesse momento, esquecem de que o bem estar e a felicidade não está ligada intrinsecamente com alguns dígitos na balança.

No mundo há uma grande preocupação na forma de lidar com esses problemas, que paulatinamente conduz à deterioração física e psíquica do ser. O grande escritor britânico do século XIX, Oscar Wilde com seu épico romance filosófico intitulado de O Retrato De Dorian Gray, retrata como seres fadados à infelicidade ou a cometer atos inconsequentes são capazes de qualquer coisas para manter o belo. “Eu irei ficar velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele nunca serei mais idoso do que nesse dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!” Seja um padrão europeu, asiático, ocidental ou brasileiro, leva-nos a acreditar em corpos utópicos, longe de qualquer realidade apresentada pela humanidade.

Os meios midiáticos exercem papel decisivo nos ideais corporais. Sabendo que a indústria visa o lucro obtido por tais imposições, investindo pesado nas propagandas de TV, outdoors, entre tantas outras maneiras de investimentos publicitários. Não é de se espantar que o número de academias e clínicas estéticas, crescem de forma exponencial no país. Infelizmente, diminuem absurdamente a autoconfiança, a felicidade e o bem estar pessoal.

Houve um período em que as mulheres mais voluptuosas eram bem vistas na sociedade. A renascença, período no qual as mulheres mais largas e cheias eram as musas, pois levavam consigo a boa fertilidade, segundo a cultura da época. Cuidados? Claro! Cuidar-se tem a ver com práticas saudáveis, algo que seja prazeroso, e não por imposições. É pelas serotoninas e pelas endorfinas e não pelos produtos sociais. A beleza é uma consequência do bem estar interior, pois o espelho deve ser um aliado e não um inimigo.

Portanto, imposições sociais, preconceitos, protótipos supostamente perfeitos, entre quaisquer outros métodos devem ser execrados em prol de uma sociedade onde a liberdade esteja sempre em prioridades. Que cidadãos de todo mundo unam-se independente das diferenças culturais para quebrar todos os paradigmas que ousem agredir a integridade pessoal das pessoas.

Deixo dois vídeos ao qual tive interesse de retratar nesse texto. 






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